Era uma vez um princesa de nome
Catrapisca, muito valente e bondosa que protegia todos os meninos e
meninas do seu reino.
Um dia, a princesa ouviu dizer que
existia na floresta real, algo de muito mau, ninguém sabia ao certo
o que era, se era um animal, uma bruxa ou mesmo monstro desconhecido,
o que se sabia, é que já tinham desaparecido na floresta algumas
crianças, e todos os pais do reino tinham proibido os seus filhos de
se aproximarem da floresta.
Ao ouvir isto, a princesa Catrapisca,
ficou indignada:
- Na floresta real? Na floresta do meu pai? Não posso acreditar em tal coisa, eu mesma vou enfrentar esse mal que persegue as crianças!
Entre as pessoas que ouviram estas
palavras, alguns ficaram com medo pela princesa, afinal, ela também
era uma criança, mas outros, que a conheciam melhor, estavam mais
descansados, pois sabiam que a princesa estaria acompanhada da sua
espada, que tinha o nome de Sem Medo. Sabem, não é qualquer espada
que recebe um nome, só as espadas valentes e que já participaram em
muitas batalhas podem receber um nome, e a Sem Medo, é a mais
valente das espadas.
No dia seguinte, a princesa montou o
seu cavalo e partiu para a floresta real, disfarçada de camponesa,
tendo o cuidado de esconder muito bem a Sem Medo, deambulou pela
floresta toda a manhã, sem que tenha encontrado qualquer mal que a
tenha querido atacar. Mas ao aproximar-se o meio dia, começou a ter
a impressão que algo a espreitava por entre os arbustos, a princesa
fingiu que não tinha reparado e continuou a caminhar pela floresta,
mas sempre preparada para agarrar a sua espada ao mais pequeno sinal
de perigo.
Durante toda a tarde, a princesa
pressentiu que algo a seguia, sempre entre as sombras, para que
não pudesse ser visto.
Quando começou a anoitecer, a
princesa, achou que era melhor voltar para casa, para que o rei, seu
pai, não ficasse preocupado, e dirigiu-se para o caminho que sai da
floresta, mas de repente, à sua frente, apareceu um sapo gigante,
que saltou para o meio do caminho.
A princesa nunca tinha visto um sapo
como este, era verde alface e tinha na cabeça um chapéu de coco, o
mais impressionante era a sua altura, embora estivesse agachado como
é habito nos sapos, ele era da mesma altura da princesa.
A princesa ainda não tinha recuperado
do susto e já o sapo, perguntava:
- O que fazes na minha floresta?
Ao que a princesa, agora refeita do
susto, e fingindo achar natural um sapo falar, respondeu:
- Passeava, alteza.
- Porque me chamas de alteza? Perguntou o sapo.
- Pois se esta é a floresta real, o seu dono só pode ser o rei, não sois o rei? Disse a princesa.
- Não, não sou rei, e esta floresta é minha, porque sou a criatura mais forte que aqui vive... Respondeu o sapo inchando o peito.
- Ainda bem que não és o rei, não fica bem um rei ter uma coroa tão feia como esse chapéu que tens na cabeça!
O sapo, não gostou nada da ironia da
princesa, e dando mostras de ter ficado zangado, disse:
- Não é sensato, brincar comigo, num só pulo posso engolir-te inteira...
A princesa decidiu irritar ainda mais o
sapo, para poder retirar a Sem Medo, quanto ele estivesse
desprevenido:
- Não deves ser assim tão forte como dizes, pois estiveste a tarde toda escondido como um rato. Eu bem vi que me andavas a seguir.
O sapo, ficou parado, a sua atenção
ficou concentrada no local onde a princesa tinha escondido a sua
espada, até parecia que tinha adivinhado as intenções da princesa.
A princesa, ao ver que o seu plano
falhara, tentou desviar as atenções do sapo:
- O que fizeste às crianças que desapareceram?
- Invadiram a minha floresta sem minha autorização, agora como castigo, são minhas escravas, respondeu o sapo sem tirar os olhos da princesa.
- Devolve as crianças aos seus pais, ordenou a princesa Catrapisca.
O sapo, não pareceu nada incomodado
com a ordem da princesa, parecia isso sim preocupado:
- O que é isso que tens aí escondido por baixo da tua roupa?
- É um pau, respondeu a princesa.
- Um pau, porque o trazes escondido? Perguntou o sapo, não parecendo convencido.
- Isso é assunto meu, quero que libertes as crianças agora! Voltou a ordenar a princesa.
O sapo pensou, pensou e fez então a
seguinte proposta:
- Porque não fazemos um concurso de adivinhas, se ganhares eu liberto as crianças, mas se eu ganhar tu serás minha escrava. O que dizes?
A princesa, que gostava de brincar às
adivinhas com o seu pai, concordou logo:
- Combinado, começas tu...
O sapo, começou:
- O que é que, quanto mais se lava, mais sujo fica?
A princesa sabia a resposta, mas fingiu
estar a pensar para enganar o sapo, e quando o sapo começou a sorrir
pensando que tinha ganho, a princesa respondeu:
- É a água, claro!
A princesa, usou então a adivinha mais
difícil que se lembrou:
- O que é que, anda a quatro patas de manhã, em duas ao meio dia e com três à noite?
O sapo, pensou, pensou... e por fim
disse:
- Não sei, o que é?
- É o homem, anda de gatas em bebe, em duas quando cresce, e com uma bengala quando envelhece, agora liberta as crianças. Ordenou a princesa.
O sapo, muito contrariado levou a
princesa até à sua toca onde tinha as crianças da aldeia presas, e
as libertou, sempre a resmungar.
Enquanto a princesa conduzia as
crianças para fora da floresta, uma menina reconheceu a princesa, e
muito contente disse:
- Eu conheço-te, tu és a princesa Catrapisca, a defensora das crianças.
O sapo ao ouvir isto, saltou em direção
da princesa, com a boca muito aberta, parecia que ia engolir a
princesa de uma só vez.
Mas, foi nesse momento que a princesa,
retirou a sua espada, a Sem Medo que estava por baixo da sua roupa, e
cortou o sapo ao meio num só golpe.
E foi assim que a partir desse dia a
floresta real voltou a ser um local agradável para se passear, pois
já lá não exista nenhum mal...
Esta história foi escrita por Smaug
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